Etimologicamente, religião partiu da palavra religare que significa (re) ligar. Segundo dizem, antes da vida tal como a conhecemos, vivíamos em relação com o divino, mas por pecado original, essa ligação perdeu-se. Pergunto-me que culpa temos nós do defeito de fabrico.
Adiante, o objectivo da religião é estabelecer uma relação\ligação entre o homem e deus.
De facto, a religião tem os seus aspectos positivos: satisfaz questões existenciais, adormece a nossa angústia, promove valores como o bem, a paz, o respeito e o amor ao próximo. No entanto, também existe o reverso da moeda: a intolerância religiosa, as guerras em nome de deus, curiosamente chamadas de guerras santas (...)
Vejamos o que aconteceu na segunda guerra mundial com o quase extermínio dos judeus e, o que actualmente se passa, por exemplo, em Israel, local basilar das três religiões monoteístas.
Não há dúvida que urge o diálogo inter-religioso e o respeito pelo outro, pelas suas crenças e valores. Porém, infelizmente, o homem ainda não está preparado para aceitar a diferença e isto, acontece nos mais variados campos: sexualidade, ciência, filosofia (...)
Não há dúvida alguma que o facto de termos uma religião altera toda a nossa vida, na medida que esta (ou a ausência desta) influencia as nossas escolhas, a forma como encaramos o outro e o mundo, e a nossa forma de estar na vida.
Damásio defende que a ideia de deus é uma criação do cérebro humano. De facto, a necessidade do divino está impressa no homem. Se admitirmos a existência de deus, muitas questões se dissipam. No entanto, considero que existirá sempre um momento em que se dá um sismo nas nossas certezas e, é esse sismo que, mesmo que nos deixe indefesos e sem chão, nos permite dar um passo em frente no conhecimento.
É curioso, acreditamos em deus, acreditamos na literatura, na política, na ciência, acreditamos nas pessoas, que não raras vezes nos mentem, mas não cremos verdadeiramente na evidência da morte.
Rita Dias (teste de Português)
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