Nesta vida que sabe a nada
E que pesa tanto
Agonizo, sufoco e vibro.
Pulsa em mim algo a que chamam coração
Essa máquina que sente
Que morre
Que, por vezes,
Rasteja pelo chão.
Pulsa dentro de mim
Energia que me diz:
É impossível morrer.
Pulsa dentro de mim o mundo,
O teu corpo, os teus suspiros
E esse olhar profundo
Num segundo eterno e mortal.
Agonizo e sufoco
Grito em silêncio
Este grito que nasceu comigo
E comigo morrerá.
Este não querer ter sido
Este não querer ser
É este ter morrido antes de viver.
Porque nesta vida que sabe a nada
E que pesa tanto,
Sou uma sombra de mim
E minha sombra é meu pranto.
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