Se eu matar uma pessoa é de esperar que seja presa. Mas se disser uma mentira capaz de destruir a vida de outrém, não serei punida por lei.
Até que ponto posso interferir na vida do outro? O que me dá o direito de, com uma palavra ou uma determinada acção, mudar o jogo, ser responsável pela felicidade ou ruína alheia? E o que dá o direito às pessoas de fazerem o mesmo comigo?
Há, de facto, inúmeras situações que fogem ao nosso controlo. O que nos acontece e fazemos acontecer não depende exclusivamente de nós. Somos condicionados pelas características físicas e psicológicas inatas, pela época histórica em que vivemos, pela cultura em que nos inserimos e pelo outro, que invade o nosso espaço. Somos condicionados e afectados por tudo o que existe e, até, pelo que não existe.
A liberdade consiste em optar, sendo a não opção uma escolha. Mesmo que pressionados a fazer algo, existem sempre, no mínimo, dois caminhos: fazê-lo ou não fazê-lo. Mesmo com todas as consequências que daí possam advir: desiludir o outro, ser rejeitado, preso ou morto. Podemos sempre contrariar o que os outros esperam de nós.
A liberdade é o que nos faz iguais e nos torna autênticos. Cada um é o que escolhe e, por isso mesmo, escolhemos e reagimos das mais diversas formas a situações semelhantes.
Quem não usa da sua liberdade não é pessoa, limita-se a ser comandado por alguém...(o que também é uma escolha).
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