Tenho saudades do teu sorriso quente, quente como as brasas do lume onde torravamos o pão caseiro que eu te «ajudava» a fazer, quente como o lume onde aquecias o chá e a sopa, onde aqueciamos o coração nas tardes de trovoada e nas noites de chuva.
Tenho saudades do teu sorriso, quente como o sol que doirava os campos e fazia a água do poço brilhar.
Tenho saudades das tuas canções de embalar;
Tenho saudades da tua voz e das minhas primeiras orações;
Tenho saudades do cheiro da tua comida, da tua roupa, das tuas flores... tenho saudades do cheiro a terra molhada e das gotas da chuva que batiam no vidro da janela através do qual viamos os campos e me contavas histórias que ainda hoje não me canso de ouvir.
Tenho saudades das minhas memórias, da minha juventude... sem ti sinto-me estupidamente velha, cansada, inútil...
Tenho saudades tuas e do tempo em que podia ser eu.
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