Somos prisioneiros do nosso próprio corpo e do conhecimento obtido pelos sentidos o que, muitas vezes nos induz em erro. No viver comum, a vida no mundo sensível, apenas vizualizamos as sombras diformes dos objectos enquanto que, na atitude filosófica, «vida no mundo inteligível», conseguimos conhecer a realidade tal qual ela é.
Quando ascendemos do mundo sensível ao mundo inteligível (participação) devemos fazê-lo gradualmente pois, a realidade causa-nos dor e, ao vê-la repentinamente, tendemos a fechar-nos na ilusão. O mesmo acontece com o prisineiro que sai da Caverna: se sair de repente, doer-lhe-ão os olhos e não aceitará a realidade (de facto, não é fácil admitir que estivemos errados a vida toda). No entanto, se o prisionairo sair lentamente, terá tempo de se habituar, aos poucos, à realidade e, no fim, verá a luz do sol e todas as coisas como realmente são. Para aceder ao verdadeiro conhecimento, é necessário sair, lentamente, da ignorÂncia, ir pensando, descobrindo a verdade...
A vida na Caverna e fora dela é uma analogia ao viver comum e à actitude filosófica, respectivamente.
No viver comum, o «conhecimento» que obtemos é sensível, consedido pelos sentidos enganadores que nos permitem aceder ao mundo sensível, cópia imperfeita da realidade (mundo inteligível). Porém, a realidade está distorcida, sendo a verdade ilusória e relativa.
A atitue filosófica admite o conhecimento como não definitivo, como uma construção permanente, como uma viagem rumo ao infinito.... Acedemos ao conhecimento verdadeiro através da razão, pois existe sempre algo para lá do que se vê.
Sem comentários:
Enviar um comentário