Uma mulher de pele negra, cabelos negros e olhos negros, penetrantes, usando sempre um vestido rosa com retalhos brancos e um lenço na cabeça igual ao vestido para proteger o crânio do sol do deserto, puxava a corda que traria o balde de água do poço.
Um sol abrasador, misto de amarelo e laranja, queimava a paisagem dando brilho à areia, um vento seco fazia com que as folhas das palmeiras adquirissem movimento, tornando a sombra no oasis, um tanto inconstante. Era de facto, um sítio tranquilo onde qualquer pessoa poderia ser feliz, tranquilo como o sorriso de Néné ou tranquilo como os seus olhos doces e com a confiança de quem sabe que dentro de instantes vai receber água fresca nos lábios.
Quando o balde pousou no muro do poço vinha vazio, Sara voltou a tentar, transpirando cada vez mais nas suas tentantivas falhadas, porém sorria para que Néné não se assusta-se, e o balde vinha sempre vazio. Néné impaciente com a brincadeira correu para Sara e abraçando-a na cintura disse:
- podes parar? Eu tenho sede!
- Néné... aqui não há água.
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