segunda-feira, agosto 30, 2010

Os meus pés correm descalços pelos campos mas já não é a mesma coisa. Tu já não moras naquela casa, hoje deserta, e o meu jeito traquina já não te pode desafiar e fugir.



Será que te lembras quando me descalçava e ensopava toda no regadio? Quando tinha acabado de tomar banho e sem qualquer problema me deitava no chão? Impacientavas-te comigo mas eu corria descalça, ia colher-te flores e respondia-te com um sorriso, e tu, tentavas mas não conseguias esconder o teu.


Passados três anos, ainda sinto que estavas lá a sorrir para mim, há instantes mas, há dias, em que passaram séculos e o abismo que se abriu entre nós fica cada vez mais fundo. Ainda não percebo porque não estás aqui quando mais preciso. Ainda não percebo porque é que a passagem do tempo tem de mudar tudo, porque é que tudo tem de mudar, se eu sou a mesma pessoa, e tu... eu sei que no fundo ainda és a mesma pessoa.


Volta para mim, deixa-me ser criança e repousar à sombra da nossa àrvore.

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