Scarlatti revela a sua amizade por Blimunda preocupando-se com ela, fazendo companhia a Baltasar, tocando no cravo, não só para os entretar, mas também porque este músico é suficientemente sensível para perceber que a música poderia ajudar na cura de Blimunda.
Neste episódio, é visível o amor genuíno que existe entre Baltasar e Blimunda («Mas Sete-Sóis, a essa hora, já estava deitado, cobria Sete-Luas com o braço são e murmurava, Blimunda... e Blimunda, a custo respondia, Baltasar... Baltasar extenuado de ansiedade, podia também entrar no sono para reencontrar o riso de Blimunda, que seria de nós se não sonhássemos»).
Bartelomeu Lorenço, sente-se «falsamente» culpado pelo grave estado de saúde em que Blimunda se Encontra; tem aspecto de quem dorme vestido, não dorme convenientemente, emagrece... mas, na verdade, por detrás desta falsa culpa, está já a suspeita das investigações da Inquisição a seu respeito. Aqui confunde-se a culpa com o medo!
O narrador, crítico como sempre, «mostra-nos» que não é deus, nem são os santos, nem nenhuma feitiçaria que salva Blimunda, mas sim a Música, arte perfeita, bela, intemporarl («e a música não tem fim nem princípio»).
Concluindo, neste episódio, o autor realça a importânica do sonho («que seria de nós se não sonhássemos»), da mística de Blimunda e da Música como símbolo de perfeição e, também, evidencia a importância da vontade humana («Quem tem vontade, que a guarde e use, quem a não tem, aguente-se com a falta».)
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