quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Para quê resistir?

Se a manhã vem calma e te chama para a rua, para quê resistir? Se está um dia lindo com um sol radiante, para quê resistir? Se uma flor pede que a colhas, para quê recusar o pedido? Se a felicidade te bate à porta, para quê resistir? Porque é que ganhaste tantas defesas? Será que ganhaste uma imunidade tal, que nem ouves a Vida a chamar por ti?

Se chove, não sais de casa porque está frio, e tens medo de te molhar...se faz sol, ficas em casa para não queimar a pele...eu não percebo, não consigo perceber!

Consegues pôr defeitos em tudo. Tudo o que há de belo na vida, tu consegues ver apenas como uma perda de tempo e hesistas, impões reticências à felicidade...não vês que isso sim, é uma perda de tempo? Na vida não há tempo para reticências e para hesistações! Não, quando se trata da nossa vida, da tua vida! Não, quado a felicidade vem ao teu encontro! Mas tu foges, pensas que nada te pode tocar, ficas simplesmente indiferente ao mundo, a tudo o que te rodeia, alheias-te aos problemas dos outros e foges da vida, como se não tivesses gosto em viver. (Juro que às vezes só me apetece bater-te!)

E sabes que mais? Eu não percebo. Tu tens tudo para ser feliz e recusas esse dom. Eu percebo, sim, aqueles para quem a vida é cruel, aqueles quem nada tÊm e tudo perdem, sim, esses eu percebo. Mas a ti não! Serás sempre o meu mistério!

Afinal, o que te falta para seres feliz? Não respondes. Ficamos um instante em silêncio, que mais parecia uma eternidade e, começas a chorar...

Não tens sonhos, nem esperanças, nem amor, nem coragem de lutar. Já não sabes o que é a verdade nem em quem hás de acreditar.

Perdeste as tuas ilusões no dia em que deixaste de ser criança e com o crescimento morreu toda a tua esperança...

Odeias o mundo que te obrigou a crescer, e, com o teu medo de perder, não conseguiste conquistar a felicidade.

Ah, como eu te amei nesse momento em que vi o teu coração, em que sentiste um turbilhão de perguntas sem resposta, um turbilhão de ideias, mas todas erradas...

Já não havia mais nada a dizer, eu sabia que não sou ninguém para te julgar e parei, reparei na minha fraqueza, não muito diferente da tua...Ah, o silêncio matava-nos, e parecia que as palavras cada vez fugiam mais, então abraçaste-me. Abraçaste-me para sempre e sem nada dizer, disseste tudo, foste tudo, sentimos tudo... Olhaste-me bem nos olhos e perguntaste-me: para quê resistir?

Agora, eu sei que para nós acabaram todas as barreira, todas as reticências e hesitações, sei que saltámos rochedos, quebrámos preconceitos e, hoje, os teus olhos dizem-me que somos como ave que voa, fágil e indefesa, mas livre e feliz! Então, para quê resistir?

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